sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Curiosidade


Edith Machado

Tocaram a campainha, não era ninguém. Ele olhou, só havia uma caixa com seu nome no destinatário e, de repente, sentiu-se perturbado. Veio a dúvida: abro?... E se for uma bomba, ou um presente de grego, ninguém por parto pra lhe dar uma ideia... preciso me arriscar, minha curiosidade supera minhas dúvidas.
Com cuidado, puxou um ladinho, o papel rompeu. Ele pulou para trás, quase caiu de costas, mesmo assim seu braço encostou no arame farpado que dividia o pequeno quintal do canil. Foram momentos de inquietação, de dor, o sangue do ferimento começou a gotejar. Refletia consigo mesmo: vou abrir, sei que nada fiz de mal, e se fiz, Deus me perdoe.
Foi quando a caixa fez um leve movimento, ele arregalou os olhos e gritou: e agora? Qual foi sua surpresa: eram marimbondos. Correu tanto de lá para cá, espantando-os, entrou e fechou a porta com muita força e desmaiou, sem se dar conta que a janela estava aberta. Sua sorte é que o vento desviou aquela nuvem negra para longe.

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