Edith Machado
Tocaram
a campainha, não era ninguém. Ele olhou, só havia uma caixa com seu nome no
destinatário e, de repente, sentiu-se perturbado. Veio a dúvida: abro?... E se
for uma bomba, ou um presente de grego, ninguém por parto pra lhe dar uma
ideia... preciso me arriscar, minha
curiosidade supera minhas dúvidas.
Com
cuidado, puxou um ladinho, o papel rompeu. Ele pulou para trás, quase caiu de
costas, mesmo assim seu braço encostou no arame farpado que dividia o pequeno
quintal do canil. Foram momentos de inquietação, de dor, o sangue do ferimento
começou a gotejar. Refletia consigo mesmo: vou
abrir, sei que nada fiz de mal, e se fiz, Deus me perdoe.
Foi
quando a caixa fez um leve movimento, ele arregalou os olhos e gritou: e agora? Qual foi sua surpresa: eram
marimbondos. Correu tanto de lá para cá, espantando-os, entrou e fechou a porta
com muita força e desmaiou, sem se dar conta que a janela estava aberta. Sua
sorte é que o vento desviou aquela nuvem negra para longe.
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